segunda-feira, 23 de abril de 2012

REABILITAÇÃO EM CÃES COM ATROFIA MUSCULAR INDUZIDA PARTE II

BOA-TARDE AOS LEITORES, HOJE COMPLETO O ASSUNTO ABORDADO NA ÚLTIMA POSTAGEM 10-04-12. BOA LEITURA!


Soraia Figueiredo de Souza
Orientador: Prof. Dr. João Guilherme Padilha Filho
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em
Medicina Veterinária, área de Cirurgia Veterinária.



ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR (EENM) 



A utilização da EENM na tentativa de prevenir os efeitos deletérios dos processos de imobilização e dos procedimentos cirúrgicos tem grande aplicabilidade, pois reduz o tempo de reabilitação, promove o retorno dos pacientes às suas atividades normais em tempo menor, além de propiciar o prolongamento da sobrevida nos casos de mielopatia degenerativa (KATHMANN et al., 2006).

Para a realização da eletroterapia são necessários eletrodos para a condução da corrente elétrica. Existem vários tipos, como os de borracha de silício eletricamente condutora. Neste caso, é necessário um agente de acoplamento, como gel eletrolítico, para fornecer menor resistência a passagem da corrente elétrica (BRASILEIRO et al.,2002).

A estimulação elétrica neuromuscular promoveu o retorno precoce da função do membro e reduziu o grau de osteoartrite em cães submetidos à cirurgia para reconstituição do ligamento cruzado cranial (JOHNSON et al., 1997). Após 19 semanas os pacientes tratados demonstravam maior circunferência da coxa, diminuição da claudicação e das alterações radiográficas.

A utilização da EENM de baixa frequência como tratamento para reabilitação após cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado cranial em cães foi avaliada por SALBEGO (2006). Não houve diferença significativa entre os grupos tratados e não tratados com relação à circunferência da coxa, embora a recuperação clínica tenha ocorrido de forma mais precoce nos pacientes submetidos à fisioterapia.


Imagem fotográfica do membro pélvico direito de cão após tricotomia com quatro eletrodos
acoplados com gel condutor, dispostos de maneira bipolar e os distais fixados com esparadrapo para sessão de estimulação elétrica neuromuscular FCAV/UNESP, Campus de Jaboticabal, 2010.


HIDROTERAPIA



Assim como todos os líquidos, a água exerce pressão em todas as direções. Quanto maior a profundidade, maior a pressão exercida (CARREGARO & TOLEDO, 2007). A pressão hidrostática age nos tecidos e exerce compressão de vasos sanguíneos, podendo auxiliar no retorno venoso e redução de edemas (LEVINE et al., 2004; CARREGARO & TOLEDO, 2007).

A água possui ainda a propriedade de reter ou transferir calor, pelos mecanismos de condução e convecção (CARREGARO & TOLEDO, 2007). A elevação da temperatura corpórea ocorre mesmo no repouso em imersão, desde que a temperatura da água esteja mais elevada que a temperatura corpórea. O aumento na temperatura provoca diversas alteracões, dentre elas o aumento do metabolismo e do suprimento de sangue aos músculos, o que facilita a contração muscular (ORSINI et al., 2008).

A hidroterapia pode ser realizada de diversas maneiras, entre elas o emprego de duchas (MIKAIL, 2006; SALBEGO, 2006), turbilhão, natação (MIKAIL, 2006), caminhada em esteira aquática (MILLIS, 2004c) e banhos de contraste (MIKAIL, 2006).

KATHMANN et al. (2006) elaboraram um protocolo fisioterapêutico para cães com mielopatia degenerativa, que incluía massagem, movimentação passiva, exercícios ativos e caminhada em hidroesteira. Observaram aumento no tempo de sobrevida dos pacientes, além de perceber que os cães que receberam o tratamento foram capazes de se locomover por mais tempo que aqueles sem a fisioterapia.



Imagem fotográfica de cão durante a sessão de hidroterapia em esteira aquática em cão após a indução de atrofia muscular pelo uso de fixador externo durante 30 dias. FCAV/ UNESP, Campus de Jaboticabal, 2010.



Nenhum comentário:

Postar um comentário