segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PÊNFIGO ERITEMATOSO EM UM CHOW CHOW

Taesha Gonsalves-Hubers ; Can Vet J Volume 46, October 2005 ; 


Ontario Veterinary College, University of Guelph, Guelph, Ontario N1G 2W1.
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Dr. Gonsalves-Hubers’ current address is Burgess Veterinary Emergency Clinic, 1–775 Woodview Road, Burlington, Ontario L7N 3S1.


Uma cadela da raça Chow Chow de 3 anos e meio de idade, castrada, foi atendida com a queixa principal de prurido, lesões ulcerativas exsudativas no plano nasal e nos cantos mediais dos olhos. 

Os diagnósticos diferenciais foram piodermite superficial, pênfigo foliáceo, pênfigo eritematoso, lúpus eritematoso discóide, demodicose, dermatofitose e eritema multiforme. 

Até esse momento nenhum teste diagnóstico tinha sido realizado. Inicialmente foram administrados cefalexina por 21 dias como tratamento empírico para piodermite e meloxicam por 7 dias para reduzir a inflamação. 

Após sete dias de tratamento a cadela encontrava-se com menos prurido e houve uma pequena melhora nas lesões do plano nasal. Quatorze dias após o atendimento as lesões espalharam-se para a ponte nasal, pálpebras, região periocular e pontas das orelhas. Biópsia de pele foi realizada no dia 21 de tratamento para cultura, antibiograma e avaliação histopatológica. 


Um ácaro Demodex canis, foi achado em um de seis raspados de pele. A quantidade achada não é significativa pois os ácaros de Demodex canis em pequenas quantidades são habitantes normais da pele canina. A cultura identificou presença de Pseudomonas.spp (considerado neste caso como oportunista) e Bacillus cereus (contaminante normal da flora microbiana da pele). O diagnóstico histopatológico foi de pênfigo eritematoso. A epiderme encontrava-se hiperplásica com erosões e úlceras multifocais e coberta por crostas serocelulares contendo neutrófilos bem preservados. 


Cães da raça Chow Chow são predispostos a sofrerem a ocorrência do complexo pênfigo e muitos são considerados refratários ao tratamento (Dr. Jan Hall, comunicação pessoal). Consequentemente, tratamento agressivo foi iniciado com prednisona associada a azatioprina. Baseada pelo resultado do antibiograma, a cadela recebeu enrofloxacina por quatro semanas. 


Passados 28 dias do atendimento, houve melhoras das lesões de pele e prurido e nenhum efeito colateral decorrente da dosagem alta de prednisona foi notado. Aos 35 dias, as lesões continuaram melhorando de aspecto com crescimento dos pêlos, porém a cadela começou a mostrar sinais de poliúria, polidipsia, incontinência urinária, hiporexia e perda de peso. 



Hiporexia e perda de peso não são efeitos colaterais típicos da terapia com corticóide, contudo o proprietário informou que a cadela já havia passado por um período sazonal de perda de apetite há algum tempo. A dosagem de prednisona foi diminuída. As lesões permaneceram melhorando e aos 42 dias a pigmentação do focinho retornou porém os efeitos colaterais da corticoterapia ainda estavam presentes e a dosagem de prednisona foi novamente diminuída e o regime terapêutico com a azatioprina não sofreu mudanças. Aos 49 dias a cadela estava comendo melhor com menos polidipsia e poliúrica, lesões quase que completamente resolvidas e a frequência de administração da prednisona foi alterada para um intervalo maior entre cada dose com a intenção de mantê-la assim por 2 ou 3 semanas se houvesse a resolução dos efeitos colaterais. Um hemograma completo foi realizado a fim de monitorar o tratamento com a azatioprina; sem alterações. Azatioprina pode ocasionar alterações hepáticas e pancreatite. 



Com 79 dias passados do atendimento, a poliúria e polidipsia cessaram e a pele continuou melhorando. 



Aos 96 dias o crescimento de pêlos estava favorável e o espaçamento das dosagens de prednisona foi aumentado. Um novo hemograma foi realizado aos 129 dias do atendimento inicial e revelou leve anemia e baixa contagem de plaquetas. O proprietário foi avisado de que o tratamento seria permanente durante a vida da paciente para mantê-la livre de lesões. 


























6 comentários:

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  2. Rafael, muito obrigada, vc me ajudou mt, olha se puder a minha chow chow diabética, tava igual, aliás ainda está doente, mas sua reportagem me alertou, mas ela medicada com cortisona! tadinha....abraço.

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    1. Olá, boa-tarde. Quem bom que o artigo ajudou a sua Chow Chow. Alerto que se ela é diabética, o corticóide poderá ajudar na resolução do pênfigo e piorar a diabetes. Eu não indicaria corticóide para ela. Existem outros tipos de imunossupressores.

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    2. Oi, Então realmente ela não está nada bem, aliás piorou bastante, hoje dia 18 de junho, estou aguardando a biopsia chegar de Curitiba, a Dr Renata vet da minha Thora enviou lab de confiança. hoje estou mt triste o animal sofre mt mas é na pele nenhum orgão interno, mt obrigada seu blog é mt bacana, abraço, Ruth di Buriasco.

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    3. Boa-noite, ela deve ter enviado a biópsia para o laboratório Werner.

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  3. Olá. Boa noite tenho um Chow Chow macho com 2anos e 11 meses castrado que está apresentando alguns sintomas como estes aqui visto o que posso fazer p preparar ele p tomar esses medicamentos de imunossupressores?vitaminas ?

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